quarta-feira, 15 de setembro de 2004

Agatha, a Christie (15/9/1890 - 12/1/1976)

"Uma das melhores coisas que nos podem acontecer na vida é ter uma infância feliz."
É com esta frase que Agatha Christie começa a aua Autobiografia.
Fala do pai, homem "preguiçoso", mas que cultivava a arte de agradar e se interessava sinceramente pelo próximo.
(Será que a solidariedade pode ser uma opção para quem não tem de trabalhar para viver? Afinal o ócio não gera só vícios!)
Fala do seu casamento com Archibald Christie, um casamento cheio de amor que terminou em divórcio. Da amargura desse divórcio, sobressai a coincidência de tragédias pessoais inevitáveis e inexoráveis, que marcaram essa época da vida da escritora.
Fala de um tempo em que parecia ter perdido quase completamente todo o sentido da vida. Isso levou-a a uma aventura, a viagem do Expresso Oriente, onde reencontrou esse sentido.
Fala do segundo casamento com um jovem arqueólogo, mais novo catorze anos. Refere-se a Max como uma pessoa "maravilhosa", um homem "tranquilo e parco de palavras de comiseração".
Fala da filha Rosalind,única, nascida do primeiro casamento com Archie, como lhe chama ao longo da narrativa. Conta a imensa alegria do nascimento do neto Mathew e a tremenda dor da morte do genro, na segunda guerra.
Escrever sobre a própria vida implica essa mesma vida ir já em fase adiantada, em que muitos balanços já foram feitos, muitas contas saldadas e, em termos interiores, estar completa a preparação para a partilha e para a revelação.
Por isso, as autobiografias são normalmente fascinantes.
"Se nascesse outra vez, queria ser mulher - sempre", "disse ela".



2 comentários:

molin disse...

Tive a felicidade de passar, de barco, em frente ao hotel "Old Catarats", onde Agatha Christie escreveu o célebre romance "Morte no Nilo". Aliás, ancorado às margens do rio em Assuão, estava um barco, já fora de uso, que deve ter sido do tempo em que a famosa escritora subia e descia o rio que enriquece um país inteiro. Uma delícia. Inesquecível.

Madalena disse...

Que bom, Pedro!
Voltaste aqui para dar sempre a palavrinha amiga que faz falta...
Já viste que abri outra tasquita: Restos de Colecção.
Mas só vai haver inauguração como no Freeport:com família real. Ou seja: a Rainha Titas e o Príncipe Molin.
Beijinhos às Princesinhas Dona Maria e Dona Leonor!