segunda-feira, 6 de setembro de 2004

Cento e cinco anos de vida

Emídio Guerreiro faz hoje cento e cinco anos.
Há muitos fenómenos de longevidade no mundo e, de vez em quando, as televisões, com os seus instintos "voyeuristas", assinalam (mal,a meu ver) os aniversários natalícios,à laia de fenómeno, exibindo os aspectos mais tristes desta etapa da vida: as diminuições dos sentidos e de outras autonomias.
Os jornais são mais sóbrios, felizmente. Alguns!
Ontem, a Pública, deu o exemplo do elevado respeito pela dignidade do homem, com uma entrevista a Emídio Guerreiro, de onde ressalta o pensamento intocado, perfeito, pleno de capacidades e de memórias de um homem que ultrapassou tão elevadas barreiras de tempo.
A minha homenagem a Emídio Guerreiro.
Ele sabe que o pensamento é o que fica para sempre, para cá de todos os limites.
Cultivou o pensamento. Enriqueceu-se e enriqueceu outros que com ele conviveram.
O meu agradecimento à Pública.
- "Ah, a vida do Prometeu é a maravilha da mitologia. Quando penso em Prometeu e me recordo que roubou ao Olimpo o fogo sagrado, para o dar ao homem, vejo nele o primeiro acto da liberdade humana. Um desafio que pagou caro, muito caro, com as vísceras a serem devoradas pelas aves de rapina. É o primeiro passo do homem para a liberdade. O primeiro acto de rebeldia, que é também a primeira afirmação de autonomia da vida humana, que não se limita a ser só vida, é também a razão da vida."

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