quinta-feira, 2 de setembro de 2004

Espaço de debate

Artigo de opinião publicado no Jornal do Montijo, em 19 de Agosto de 2004.

OBVIAMENTE, MANUEL ALEGRE!

Agora que a Comunicação Social foi convidada a presenciar todos os actos de campanha eleitoral interna no Partido Socialista e atendendo ao interesse que desperta no público em geral, o que se passa a nível dos grandes partidos, resolvi escrever este texto, em que posso exprimir não só uma vontade mas, de alguma maneira contribuir para a defesa de uma ideia da política, do que deve ser a política.
Num mundo tão mediatizado como o que vivemos, em que todos se pronunciam sobre a política e sobre os políticos e normalmente em termos pejorativos, sabe bem escrever um pouco sobre Manuel Alegre.
De facto, para quem gosta da política e não de se servir da política; para quem defende o primado das ideias e ideologias e não o da economia e o do dinheiro; para quem a política é uma arte e um dever e não uma oportunidade de carreira e uma obrigação; para quem os Partidos Políticos devem servir para a congregação de vontades e não para a imposição de vontades; para quem o espírito e a cultura são os grandes valores dos Homens e não os interesses mesquinhos de grupos de pressão, tem na candidatura de Manuel Alegre ao cargo de Secretário-Gral do Partido Socialista a solução correcta e justa para esta defesa de valores.
Quem como Manuel Alegre escreve “Pergunto ao vento que passa/notícias do meu País/E o vento cala a desgraça/E o vento nada me diz”, mostra não só a sua grandeza de alma como também o seu alto sentido dos valores nobres da vida e pelos quais vale a pena lutar.
Manuel Alegre é pois o símbolo do inconformismo e da independência de espírito que fazem dele por vezes uma pessoa incómoda e indomável (até a sua própria Federação de Coimbra já em tempos o ostracizou!), mas que por isso mesmo faz renascer em nós a esperança de que se volte ao bom caminho da solidariedade, da igualdade e da fraternidade tão arredio desta nossa política...
Com a gravidade da situação que ora se vive em Portugal, em que o que parece contar é o oportunismo dos que nunca trabalharam na vida e que sempre viveram à custa da política, sem qualquer pudor e sem escrúpulos, mais a candidatura de Manuel Alegre faz sentido como oposição frontal a todas estas práticas.
Memo a nível interno (do P.S., leia-se) Manuel Alegre é contra todas as burocracias e controles aparelhísticos, pois eles são castradores das vontades da maioria dos militantes de base que, em muitos locais, já estão a ser pressionados por “funcionários zelosos” do status quo, que andam em grande azáfama a recolher assinaturas para outra candidatura, não dando nem sequer tempo para que cada um pense e decida com liberdade e coragem o seu futuro!
Não posso, ao terminar, deixar de transcrever mais um pedacinho de Manuel Alegre: “Mesmo na noite mais triste/Em tempos de servidão/Há sempre alguém que resiste/Há sempre alguém que diz não!”, para concluir como comecei – OBVIAMENTE, MANUEL ALEGRE!

Jorge Mendonça Santos, militante do Partido Socialista


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