Nasci então de nascimento menos natural na minha terra menina, hoje Maputo.
Foi aqui que nasci para uma família mais numerosa: para uma avó que me ensinou muito da vida e das pessoas; para tias confidentes e cúmplices, com uma infinita capacidade de amar; primas que tinham tudo o que que eu queria ter, ou seja habilidade para cantar, dançar, saltar, tranças e rabos de cavalo, ao contrário de mim que, por imposição superior tinha sempre o cabelo higienicamente cortado; e ainda uns primos rapazes muito protectores.
Foi aqui que nasci para as palavras ditas e lidas e escritas.
Foi aqui que aprendi quase tudo, até a pensar.
Foi aqui que eu deixei uma importante parte da minha vida.
Foi aqui que deixei, para sempre, o meu avô paterno, que me alimentou um mistério: O que é que tinha de especial um livro, sempre o mesmo, que ele lia e tornava a ler?
A Cidade e as Serras.
Foi aqui que decidi o que é possível decidir sobre o futuro, futuro esse que hoje é presente e passado.
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