segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

Era uma vez...

Era uma vez é a frase mágica que nos desperta para a verdadeira realidade de que somos feitos: a fantasia.
Gosto da fantasia do Principezinho!
Gosto da Branca de Neve e da Cinderela.
Gosto do ET, gosto da História Interminável...
No cinema, prefiro as personagens de carne e osso, interpretadas por actores, aos desenhos animados.
Mas o que eu gosto mesmo é de acreditar que há um mecanismo capaz de nos fazer sonhar, sentir uma estranheza boa, nem que seja durante breves instantes.
Deve ser muito difícil inventar histórias para contar às crianças.
Lembro-me de uma entrevista da "nossa" Sophia de Mello Breyner, em que dizia que tinha escrito aquelas histórias todas para as contar aos filhos, pois as que havia não a satisfaziam.
A Menina do Mar lê-se e relê-se e gosta-se sempre.
Afinal o segredo parece ser mesmo a simplicidade. Um menino e uma menina, uma amizade e a fantasia da poetisa a tornar possível uma descida às profundezas do mar e o convívio com criaturas fantásticas, no verdadeiro sentido da palavra.
Os contos para crianças repõem a justiça que é um valor fundamental e universal.
A Maria dos Olhos Grandes e o Zé Pimpão, de Canuto Jorge Glória, é também uma bela história de amizade e de justiça social, que termina assim: "Zé Pimpão eu queria o mundo com todos do mesmo lado. Se não há jardins para todos vou dividir os canteiros. Se os canteiros não chegarem uma flor para cada um. E se as flores forem poucas há pétalas, enfim há cheiro mas todos terão igual."
Por falar em fantasia...

Esta é, ou era, uma parede de uma enfermaria de crianças, em Nampula, nos idos anos setenta.
Olhem só para o meu orgulho! É só olhar para a assinatura: do meu pai.

4 comentários:

Anónimo disse...

Puxa, como entendo o teu orgulho!!! _ grande abraço e sonha, que é sensacional!!!, IO.

Nelson Reprezas disse...

Nampula... enfermaria... :))

Há muitos, muitos anos
Era eu uma criança...

(Não, não tem nada a ver com o José Cid)
Eu era mesmo uma criança e fiz 600 km desde Vila Cabral (hoje Lichinga)numa "chevrolet" conduzida pelo meu pai. com gelo na barriga. Ia renovando o gelo, à medida que passávamos por Cuamba, Mutuáli, Malema, Ribaué, Iapala, etc., etc. A última escala foi em casa do "Engª Duque do Caminhos de Ferro", pai do Duque veterinário que mora hoje na Areia Branca, e foi com esse gelo que eu cheguei à casa de Saúde do Marrere, com o ventre gelado e um apêndice do tamanho de um pimentão e prestes a estoirar. Foi chegar, telefonar a um tal Dr. melo, indiano, que me operou duas horas depois...
O tema era o quadro do teu pai, mas não resisti a lembrar-me desta cena de garoto...
Parabéns pelo quadro. :)

Madalena disse...

Obrigada, Chuinga! Obrigada, Espumante!
Eu gostava tanto de saber se o Dumbo ainda lá está!!!

Anónimo disse...

Madalena, se autorizares, posso pôr o Dumbo nos sites de Moçambique e quem sabe?..._IO.