quarta-feira, 26 de janeiro de 2005

Blog Cultura Geral


Imagem daqui
Não sei nada de Mozart, isto é, sei tudo o que sabe alguém que admite e reconhece que os seus conhecimentos, na maior parte dos assuntos, não vão além da cultura geral.
O meu pai definia, julgo que citando, a cultura geral assim: tudo o que fica, depois de termos esquecido tudo o que aprendemos.
Sendo assim, tudo o que sei de Mozart vem em qualquer prospecto: músico austríaco, menino prodígio, nascido em Salzburg.
Sobre Salzburg e sobre a casa onde Mozart nasceu e viveu os primeiros anos da infância já sei um pouco mais, porque estive lá.
Se há espaços onde as pessoas de carne e osso se eternizam, esses espaços são as suas casas. Há um respeito que se entranha no conhecimento que ali se recebe, como se realmente eles mesmos, neste caso mortos há muito, nos viessem dizer de si o que está escrito e é dito por aí.
É só neste pormenor que a cultura geral, deixa de ser a de todos e passa a ser apenas minha: pela maneira como vivi este momento.
Wolfgang Amadeus Mozart nasceu a 27 de Janeiro de 1756 e morreu em Viena a 5 de Dezembro de 1791. Tinha apenas trinta e cinco anos.
Eis o anúnico do seu nascimento, numa carta escrita pelo pai:
Leopold Mozart a Johann Jakob Lotter, em Augsburgo
Salzburgo, 9 de fevereiro de 1756

No dia 27 de janeiro, às 8 horas da noite, minha esposa deu à luz um menino. Foi-lhe necessário retirar a placenta. Após isso ela ficou incrivelmente fraca. Mas agora mãe e filho estão passando bem, graças a Deus. Ela manda lembranças para vocês dois. O nome do menino é Joannes Chrysostomos, Wolfgang, Gottlieb.


Esta e outras cartas (que podem ser lidas aqui) dão-nos a noção da maior fragilidade da vida, sobretudo em termos de cuidados médicos, em momentos como o nascimento...
Tirar a placenta à mãe? Pensei que era sempre assim!
Pelo menos era esse o apontamento que eu tinha na minha cultura geral!

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