A Semana Santa remete-nos para um motivo que os artistas não se cansam de tratar, Paixão e Morte de Cristo.
Especialmente os Renascentistas, com todas as razões e condições para o fazer,logo ali, no "berço do Renascimento", Itália, onde também as questões de fé estavam centralizadas, em termos de poder temporal!
Há duas obras do Renascimento Italiano, a "Última Ceia" de Leonardo Da Vinci e a "Pieta", de Miguel Ângelo, que ilustram de modo magnífico estes dias a que chamamos Santos: Quinta e Sexta, sobretudo, pois Sábado já é dia de aliviar tristezas, dissipar traições, apurar o gosto para os repastos tradicionais e contentar a criançada, com o doce colorido das amêndoas e dos ovos de chocolate.
Foi precisamente em Milão que vi a famosíssima "Última ceia", no Refeitório do Convento ligado à Igreja de Santa Maria Delle Grazie, uma das obras máximas do Mestre Leonardo, que confere a Milão a veleidade de competir com Florença, em termos de mostras importantes desse período que aprendi a definir de cor como "ressurgimento cultural e artístico".
Foi precisamente em Milão, no Castelo Sforzesco, que vi, pela primeira vez, uma Pieta de Miguel Ângelo, a última que ele esculpiu, que abandonou doze dias antes de morrer, deixando incompleta e imperfeita a mais bela obra de arte que já vi até hoje: Pieta de Rondanini.
foto daqui
Porque a vida é também sempre incompleta, sobretudo em dias "assim", imperfeitos, que todos têm...
Para além dos pombos, que me provaram que o meu filho não só já andava, como até corria, Milão foi para mim, há quase trinta anos, a sensação única de entrar, "ao vivo e a cores", numa sebenta da Faculdade ou num Manual de História Universal do 4º ano do Liceu.
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1 comentário:
Quero desejar uma boa Páscoa e acrescentar: "Ainda bem que temos recordações."
Um abraço,
Emília
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