quinta-feira, 3 de março de 2005

Thank You, Mr Bell

Não, não estou a agradecer, ao Senhor Bell, o telemóvel.
Esse é tanto problema como solução!
Estou a agradecer-lhe o telefone, o "fio" que nos permitia (e permite) matar saudades de alguém que está longe.
(Parece a letra de um fado, mas não é!)

Feliz ou infelizmente, o telefone perdeu ou deixou banalizar-se o seu poder de vencer distâncias, com transcendência, com emoção.
Hoje, vence as mesmas distâncias, sem heroísmos nem romantismos.
Que pena!
De qualquer modo, apegou-se de tal modo à nossa pele de gente moderna, que não dispensamos hoje o nosso próprio telefone pessoal.
É o triunfo do individualismo. São preços do progresso e da civilização.
Por isso é que o Jacinto de Tormes quase morreu de tédio, em Paris: excesso de civilização!
Mesmo assim, estou-lhe grata Mr Bell.
Pego no minúsculo aparelhito e com dois gestos de polegar chego ao outro lado do mundo e a saudade vai dar uma volta.
Mas volta...
(É como a gripe: com mais força!)
Bell foi também professor de surdos-mudos, desenvolvendo técnicas de comunicação inovadoras, tendo criado estruturas de ensino superior destinadas à formação de professores de surdos.
Nisto, estamos muito atrasados Mr Bell!
Precisava de nos dar uma ligadinha para nos espicaçar a vontade de irmos mais além, não só no domínio das ciências relacionadas com a educação de meninos e meninas com surdez, como também no domínio de todas as vontades que fazem o mundo avançar.
Andamos um pouco desmotivados.
(Diz a sabedoria popular que o tempo não ajuda: falta-nos calor e chuva!)
Alexandre Graham Bell nasceu a 3 de Março de 1847, na Escócia e morreu, a 2 de Agosto de 1922, no Canadá.

1 comentário:

Pitucha disse...

Bom dia. É a primeira vez que comento no seu blogue apesar de o ler diariamente.
O telefone é sem dúvida um elo de ligação fantástico e eu, vivendo no estrangeiro sinto isso. Mas, lá vem o mas, substituiu as cartas. E que prazer que é poder reler e reler uma carta... como ajuda a matar a saudade e a quebrar a solidão! Acho que os blogues vieram colmatar a falta que nos fazem as letras e as palavras escritas(neste caso no écran).