... fazia mal e caía o Carmo, a Trindade e talvez o próprio Chiado se agitasse em murmúrios de justa reprovação!
Os Lusíadas! Meu Deus, esse é que era o nosso Cabo das Tormentas!
Dividir as orações, que às vezes continuavam em estrofes diferentes! Sujeito, predicado, orações coordenadas e subordinadas... Rimas, divisão em partes, métrica...
Mas como dizia o outro poeta "valeu a pena"!
Mais tarde redescobri os Lusíadas.
E então valeu mesmo a pena! Peguei neles com outros olhos, outra alma, outras mãos e outro desejo.
Foi então que deixei de ver um Adamastor "horrendo" e passei a ver um apaixonado agrilhoado a uma forma, por vontade dos deuses, em sofrimento permanente.
Uma história de amor que nunca me tinham contado!
Desde aí, alimento outro desejo: o de ir até essa lonjura ver esse mar!
2 comentários:
Pois é, obrigavam-nos a uma leitura que os nossos olhos não podiam nem sabiam fazer. Era apenas isso, o "Cabo das Tormentas". Porque a maioria nunca mais lhe pegou, o que é de lamentar. Beijinhos, querida Madalena, e um óptimo fim de semana grande.
ainda hoje penso na minha professora de Português e a comparo ao Adamastor horrendo, como dizes, e que ela nos transmititu ou que eu, de tenra idade interpretei. Era cedo e nós não fazíamos quaisquer ligações e não entendíamos (salvo algumas mentes mais eruditas) aquela linguagem, aqueles símbolos, enfim, hoje entendemos, a beleza e a riqueza que encerram.
Voltei a ler numa recente colecção que saiu com o Expresso e vi tudo de outra maneira. Mas não é fácil e como tudo que não é fácilo tem mais encanto!
BJS para ti. Cheguei da manif de Sesimbra "O povo tem razão, sem pesca não há pão".
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