quinta-feira, 14 de julho de 2005

Catorze de Julho


São muito poucos os meus conhecimentos de pintura. Contudo, um dos quadros que não é difícil conhecer e não reconhecer, sempre que surja, em qualquer lado, é o Beijo de Klimt.
Hoje, dia em que a França celebra o fim do absolutismo, o fim do "L'État c'est moi", é inevitável falar de revolução.
Não se falando da Revolução francesa, há ainda outras áreas da vida em que se sentiu, sente e continuará a sentir –se o conceito de "revolução",tal como a definição dos dicionários sugere.
Klimt revolucionou a pintura austríaca com a "sensualidade e erotismo" da sua obra. O que me encanta, a mim que sou leiga, é a escolha das cores, as formas alongadas e estilizadas das figuras humanas, de modo a realçar em cada quadro um tema, digo eu, que não sei nada disto.
Sendo o Beijo o quadro mais conhecido, optei por olhar com mais atenção para outro dos seus quadros, “As três idades da mulher”, porque é muito belo, tem cem anos e diz-me muito sobre a minha condição de mulher.
A idade da maternidade é sem dúvida a mais brilhante, neste quadro. A mulher criança parece indefesa. A mulher velha não tem rosto. Os cabelos longos e desalinhados cobrem os ombros. O peito cai e toda a postura sugere a decadência e sobretudo a desistência. Excepto o ventre redondo, primeira morada de toda a humanidade. Antes do Brave New World, claro!
Mais: li que Klimt nasceu a 14 de Julho de 1862, numa família pobre, nos arredores de Viena.
Imagem daqui.

5 comentários:

Anónimo disse...

Há tanto tempo que não me lembrava de Gustav Klimt. Engraçado como alguns dos seus quadros me fazem lembrar outros. As suas flores recordam-me Van Gogh. As suas mulheres ligo-as a Toulouse-Lautrec. Já chega. Desculpem-me os entendidos.
Obrigada Madalena e um grande beijo.

Anónimo disse...

Gustav Klimt escreveu «Quem quiser saber mais acerca de mim - como artista, que é a única coisa que interessa - deve observar com atenção os meus quadros. Também não percebo nada de pintura, só sei dizer se gosto ou não e Klimt, tal como Turner são os meus preferidos, pelos tons nostálgicos e tintas esbatidas, bem a meu gosto. Acho perfeita a apreciação que fizeste do quadro e vai de encontro ao que ele dizia, observaste com atenção. Mais uma vez a tal sensibilidade que consegues transmitir tão bem...

Anónimo disse...

Desculpa, não sei o que aconteceu, mas o anonymous sou eu.

Dinamene disse...

Tu roubaste a idade da mulher. Adivinha qual foi o meu?! Acertaste!
Klimt é, de facto, fantástico, e para todos. Que é isso de não perceber, não perceber... ora essa!
Beijo.

lilla mig disse...

Adoro Klimt! E aliás tenho o Beijo "pespegado" no meu quarto, acho-o lindíssimo! :) Um beijinho