Quem, no passado, consumia televisão a metro (ou será quilómetro?), como eu, lembrar-se-á, certamente, de "Moita-Carrasco", uma sátira à telenovela brasileira, em que o protagonista dizia constantemente a frase "Que mais m'irá m'acontecer?", com aquele ar trágico que os portugueses trazem nos olhos e que lhes modifica, inclusivamente, o contorno, tornando-os ligeiramente descaídos, tipo pós-plástica, fase muito recente!
Apesar disso apetece-nos imenso a felicidade!
E andamos nisto: vamos de rastos até à próxima paragem do caminho da felicidade!
Mas nunca perdemos de vista o objectivo feliz, na sua melhor versão, que até pode nem ter nada a ver com a nossa realidade, com os nossos mundos, nem tão pouco com os nossos genes.
Não nos contentamos com qualquer felicidadezinha!
Acabo de descobrir, inspirada pelo post da Ti que a culpa é da televisão! Aliás, da comunicação social, de um modo geral, mas a televisão é aquela que nos entra com mais facilidade pela casa adentro!
É que, "insatisfeitos" com os furacões, as secas, as celebrações do terramoto e a gripe das aves, acena-nos agora uma bactéria nos hambúrgueres congelados, da marca Chantegrill!
(Chantegrill é uma palavra bonita. Bactéria é uma palavra feia.)
Lá vamos nós hesitar outra vez entre o ar normal de pessoa normal que persegue uma felicidade anormal e o ar normal de pessoa normal que teme a desgraça anormal.
É a vida!- dizia, o Guterres.
Dizia ou pelo menos disseram que ele dizia.
(Onde ele já vai e as saudades que eu tenho do tempo em que os Pê Ésses eram bonzinhos para as pessoas e se preocupavam cristãmente com o próximo!)
Depois da bactéria do Chantegrill, qual será a pandemia que se segue, cujo efeito anestésico tão bem se conhece.
É o efeito FMI que o Zé Mário Branco cantou, in illo tempore.
(Este é, supostamente, um post provocador e insupervisionável!)
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