terça-feira, 22 de novembro de 2005

Debater o debate

Não querendo furtar-me a uma opinião, não quero deixar de encaminhar quem aqui me e-lê, como diria a Chuinga, para outras opiniões, provavelmente muito mais desapaixonadas do que as minhas.
O Miguel Pinto diz que se sentiu "caminhar num deserto". Eu também!
Diz ainda que "A profissão professor não passa sem uma profunda reconversão. Não uma reconversão qualquer no sentido da desqualificação funcional. O que faltou frisar? Uma pequena adenda: faltou dizer que a profissão professor reconfigurada exige uma escola metamorfoseada. Isto para não dizer que uma transformação profissional exige uma nova escola.
Haja vontade e acuidade dos próprios assim como é requerida uma capacidade de entender [ver longe] os problemas educativos daqueles que nos (des)governam."

Ou ainda a opinião de alguém que tem dado o seu contributo valioso em questões de educação: Maria Emília Brederode dos Santos.
"Dum modo geral - e sobretudo nas intervenções do ex-Ministro David Justino - senti uma falta de noção quer da substância das coisas, quer da realidade. Que dizer da sua convicção sobre a distância entre o que idealizou e o que concretizou atribuida sempre a uma falha qualquer da realidade e não aos erros de uma concepção que não teve em conta essa realidade ? Que dizer da "confissão" de a tão defendida "profissionalização da gestão das escolas" não passar pela contratação de gestores profissionais por "não haver dinheiro para isso"(Ah, afinal os professores sempre são um recurso barato...) ? Que dizer da sua convicção de ser um bom gestor por ter tido cargos de gestão na Universidade ?

Que dizer também da admissão, por parte da Sra. Ministra, de que a rapidez de execução das suas medidas teve mais a ver com a duração do mandato governamental do que com o tempo necessário às escolas para se organizarem ?

Que dizer da forma como a moderadora opina superficialmente sobre as despesas educativas ?"


Eu só vi e ouvi falar da aulas de substituição, como se fosse esse o único problema da imposição do ministério para este ano lectivo. Não entendo que os sindicatos tenham deixado passar esta oportunidade para falar da falta de condições que todos temos, alunos e professores, nas nossas escolas. Além disso a componente não lectiva não se resume às aulas de substituição. Parece que não convinha a quase ninguém explicitar o acordo que a FNE assinou. O conteúdo desse acordo, por muito que fique aquém do desejado, é bem explícito, relativamente à falta de condições, reconhecida pelo ME, que os professores têm para passar mais tempo nas escolas, começando logo pelas instalações sanitárias. É bem visível o excesso de horas de componente não lectiva de marcação obrigatória. Ninguém falou na contradição das ordens do ME: em Setembro as aulas de substituição eram uma coisa, não eram de frequência obrigatória, por parte dos alunos, não eram para sumariar e só deviam ser dadas por professores da mesma disciplina. Depois mudou tudo: são sumariadas e entram no cômputo das aulas dadas pelo professor curricular. Os pais e o ME têm divergências profundas neste assunto.
Etc, que ninguém vai ler... fartos estão todos de ouvir falar disto!

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