Há homens e mulheres que vivem todos os passados e todos os futuros, no tempo que lhes toca de vida. No entanto, aparentemente, consomem o presente, a tal vida própria, a deles, como um comum mortal: nascem, crescem, envelhecem e morrem.
O que distingue esses poucos é a intemporalidade de pensamento, que deixam gravado, de modo perene, nas suas obras, sejam elas literatura ou outras artes. Para esses, a vida, aquela a que damos tanto valor e tememos tanto perder, é apenas uma questão de forma, de invólucro.
A ideia de invólucro surgiu precisamente quando observava algumas fotografias de Marguerite Yourcenar, em diferentes fases da vida.
Marguerite Yourcenar morreu a 17 de Dezembro de 1987. Tinha oitenta e quatro anos, mas a causa de morte parece ter sido "desgosto", pois, de acordo com as suas próprias palavras, "não se morre senão de desgosto".
2 comentários:
Morre-se um bocadinho de desgosto concerteza!
Beijos
Sou a vergonha da taberna, nunca a li... - beijo, IO.
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