Há ver por ver e há ver por sentir e para sentir.
É o caso!
A Escola do Senhor Botelho! As primeiras letras do escritor que leio e releio, sempre à procura de uma verdade que nenhum de nós encontra, ou que todos encontramos e não reconhecemos.
Fui a S. Martinho de Anta ver esta escola, tomar o pulso a esta verdade que é ensinar, isto é, mostrar caminhos, abrir futuros a miúdos pobres, doa a quem doer, como fez o Senhor Botelho.
E doeram àquele pai e àquela mãe os anos da ausência!
Fui ver as mimosas, sentir-lhes o cheiro intenso e confirmar que elas estão ali para "florir o futuro" e não para reflorir passados.
Por estar a sentir e não a ver, tudo fazia sentido. Até este abandono! Quem terá esquecido a lata das salsichas transformada em porta-canetas, ali mesmo à janela?
Marcas de um tempo bem mais recente do que o tempo do poeta!
Fui ver camélias abertas em tons e formas de rosas, a enfeitar a eternidade, onde se reencontram pais, filhos e a terra!
"Chaque jour nous laissons une partie de nous-mêmes en chemin."
É esta a inspiração dos Diários. Provavelmente, é esta a verdade ao alcance de todos, "dos grandes e dos simples", como o próprio artista dividiu a arte!
3 comentários:
Presumo conhecer essa sensação.
Há uns dois, três anos, estive no local de origem da minha própria aprendizagem pois já lá não ia faz bastante tempo.
Indiscritível o que senti.
É bom "viajar" contigo a estes lugares que tão bem conheces.
Beijinhos
Uma injecção de motivação...
vejo que tem um carinho especial por Torga. Nota-se a sua sensibilidade através dos textos que escolhe do poeta (sensibilidade dele). Como s. martinhense agradeço a visita a uma terra bafejada pela sorte do nascituro (embora santos da terra não façam milagres, esperemos que a consistência da sua obra toque mentes e corações).
Até
Martinho.
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