quarta-feira, 3 de maio de 2006

"néber luze"

Verso a verso, a cantiga preenche os items do nosso percurso de vida, nós os que já fomos crianças, adolescentes inconscientes, pensámos que íamos salvar o mundo; nós que nos adaptámos ao mundo fosse ele qual fosse, pois "não há outro remédio"; nós que envelhecemos (eu, pelo menos, envelheci!) eternamente embalados em melodias cheias de futuro, que ainda nos espantamos genuinamente e como a avó do Saramago, perante uma ordem que já não é a nossa, dizemos, se calhar: "O mundo é tão bonito e eu tenho tanta pena de morrer!". Tudo assim, tipo trouxa feita à pressa, é o que me vem à "pena". À pena também de ter de me reformar do prazer, já que do trabalho ainda falta...
Once upon a time there was a tavern,
Where we used to raise a glass or two.
Remember how we laughed away the hours,
And dreamed of all the great things we would do.

A geração do café: estudar no Café, namorar no Café, viver no Café.
O meu era o Barão, no Lumiar, em frente à cantina da Quinta das Mouras. Foi quase um voo directo: LM/ Barão. Além do Barão, havia a Outubro com a revolução para acontecer e o Saltitão, o Rei das Tostas Mistas, onde namorar dava jeito porque a "anatomia" da cave era convidativa. (Se algumas pessoas lêem isto, matam-me!)
Then the busy years went rushing by us.
Foi? Talvez não tanto como nós nos queixamos!
Oh, my friend, we're older but no wiser,
For in our hearts the dreams are still the same.

Esta "faixa" rodou tanto tanto cá em casa, que o meu filho mais novo, quando começou a gostar de cantigas pedia: Ó mãe, põe o "néber luze"!
Never lose!!!
A menina do "néberluze", Mary Hopkin, faz hoje 56 anos!
Pelo menos o tempo é verdadeiramente democrático: tínhamos todos "vinte" ou "vinte e e" e temos todos "cinquenta e e..."!!
Those were the days my friend,
We'd thought they'd never end,
We'd sing and dance for-ever and a day,
We'd live the life we choose,
We'd fight and never lose,
For we were young and sure to have our way.


A miúda escocesa naquele tempo!

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5 comentários:

Nelson Reprezas disse...

Só não percebi bem aquela da anatomia da cave. Não sei se vocês iam estudar a cave da anatomia ou se iam estudar anatomia para a cave (anatomia topográfica digo eu...)até chegar o dono do café e terem de "cavar" todos da cave. E eu que só ia a cafés com bilhares na cave... sem anatomia e cheios de fumo. Excepto o Palladium, onde os bilhares eram no 1º andar e, até hoje, nunca cheguei a saber se o Palladium tinha cave.
:)
beijinho
P.S. Até a falares do pãozinho sem sal da Mary Hopkins tens graça! Quando mais não seja para dizeres que those were the days!
:)

Anónimo disse...

Do I feel some loneliness in what you write here?
Of course not. Cheer up!
Never lose!
Beijinhos, beijinhos, beijinhos

Anónimo disse...

A Primavera, amor
meu coração em flor
espera por ti
para te falar de amor
Amor que tem magia
em bagos de luar
e melodia
que eu hei-de ir cantar...

as koisas que sei!...lol lol lol - adivinha, Mad', quem a cantarolava assim? , a Techa.

beijo divertido, uma que viveu no 'Safari' (na 24 de Julho, em LM) tardes gloriosas e boa parte de uma manhã de Abril.

Pitucha disse...

Um grande beijo tia Madalena

mulher disse...

pelos vistos não sou assim tão miúda ao pé de ti...lembro-me tão bem.