sexta-feira, 14 de julho de 2006

Será que é de mim?

Será que sou eu que estou a ver mal?
Para mim, a catástrofe dos exames, especialmente de Física e de Química, está muito mais relacionada com a pressão que é feita ao longo do ensino básico - e que também acaba por ter o seu efeito no Ensino Secundário- para o "número de sucesso", do que com outro factor qualquer. Já estou a ver os bodes expiatórios do costume a avançarem para as páginas dos jornais e para os debates televisivos.
A "pressão" tem sido feita da seguinte maneira: se não vai a bem, vai a mal. Se não se leccionarem os conteúdos todos a uma turma porque há muitos alunos que não aprendem, reduzem-se os conteúdos, justifica-se e passa-se a bola para o professor que se segue. Alteram-se critérios, inventam-se instrumentos de avaliação com sucesso garantido, enfim dão-se voltas e o resultado está à vista.
Todos os intervenientes no processo têm a palavra, a última palavra, como se diz quando se fala de decisões, excepto os professores que ao longo dos anos têm visto a sua voz cada vez mais abafada, até em questões de saber científico que, a juntar à autoridade que lhe é mais e mais retirada e o resultado está à vista.
O ME aplica o seu remédio: repete-se o exame.
Não é normal! Se as provas não testavam os conhecimentos dos alunos como deviam, os alertas deviam ter sido dados dentro do tempo, pelas equipas que, no ME, num gabinete próprio, têm o dever de, com todo o rigor, supervisionar todo o processo de exames, desde a elaboração das provas. Não é depois, com resultados nas pautas que se tomam medidas. E logo medidas destas!
Isto vale o que vale: a expressão da minha tristeza, quando se trata de cuidar do Futuro!imagem daqui

4 comentários:

Anónimo disse...

E diz o Sócrates que quer copiar a Finlândia...

Alexandre disse...

Não é nada, nada, nada normal! E isto vem um pouco de encontro ao que eu venho dizendo... Os programas não estão adequados à realidade do ano lectivo...

Pioré que, depois de os alunos terem passado o ano a "torrar" neurónios com "matérias abstractas", ainda se deparam com exames para os quais não se conseguriam preparar...

Beijinho Madalena!

Pitucha disse...

Algo está muito mal nesse reino à beira-mar plantado!
Beijos

Teresa disse...

Não há qualquer dúvida, o reflexo das más acções, mais tarde ou mais cedo, aparece. Este fenómeno já se vem verificando há alguns anos, só quem quer ser cego é que não vê. Basta falar com um professor que receba uma turma no 1º ano na universidade. a nossa ministra ou não deu aulas ou não reparou o que lhe chegava às mãos. Os resultados estão à vista e creio que não podem dizer que a culpa é dos professores, já ninguém acredita.