Para a comemoração deste dia, Dia do Livro, escolho um que conheço bem, porque o "dei" nas aulas de Português, no sétimo ou oitavo ano... Já não me lembro se era sétimo, se era oitavo.
Bem, bem, lembro-me sim do livro, da capa, já muito colada e descolada, colada e descolada, do que dizia, do que me ensinou, do que me sussurrou que "aproveitasse" para transmitir valores, que aproveitasse para receber com humildade as lições. Sim, porque lá por ser eu a professora não queria ( e não quer!) dizer que não aprendesse também. Com os alunos e com o Livro: O Mundo dos Outros, de José Gomes Ferreira.
Estas aulas ficaram-me agarradas à pele de pessoa/professora, que não está ali apenas para debitar matéria, mas sim também e sobretudo para ensinar e aprender a vida, porque numa aula há vidas e vidas para a troca.
Foi no Mundo dos Outros que aprendi quase tudo sobre as infâncias estragadas. E o que mais temos dentro de uma sala de aula é infâncias estragadas. Disfarçadas, pois...
O Graxa, a Boca enorme, os quinze dias de felicidade na Colónia Balnear do Século, as azedas, o próprio poeta a dar os primeiros versos na poesia, as azedas, outra vez? sim! outra vez! e uma "confusão de mundo", que se mantém, por muito que digam, por aí, que há admiráveis mundos novos à nossa espera.
Que venham mais livros ao nosso encontro, para nos ensinarem a vida, "como ela é", "sem tirar nem pôr"...
3 comentários:
E foi por causa de um livro querido que aqui cheguei, chamou-me a atenção o nome da terrinha do nosso João-sem-medo.
Voltarei!
Um livro pode marcar um tempo, uma Vida!
O texto está uma delícia.
Obrigada Madalena.
Beijinhos
M.Dores
Curiosamente, a Oficina do Livro ofereceu hoje à escola uma série de livros. É de salientar pois ultimamente os pedidos têm caído em saco routo. Fiquei contente.
Na minha ignorância de Lígua Portuguesa estou a incentivar os garotos a lerem. Será que não estou a meter a foice em seara alheia?
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