domingo, 12 de agosto de 2007

Trás-os-Tempos

O melhor que Torga nos deixou foi tudo: o seu exemplo de cidadão (relembrado pelo colega de poesia, Manuel Alegre!, foi a poesia e foi a prosa.
O poeta e o homem fizeram-se nas paisagens imensas de pedra cinzenta. A obra humana ainda inacabada foi retocada pelo cinzel da distância, em terras do lado de lá do mar.
Há almas que são tocadas pelo belo em estado bruto.
É o caso de Torga que esculpe a sensualidade e a maternidade em mulheres como Isabel, a contrabandista, e Mariana, a pedinte.
A poesia estende-se aos novos, aos corpos que ardem de desejo de outros corpos e às imaginações que ardem de outros desejos de fantasia e magia, como é o caso de Rodrigo.
Todos os "pecados" são santificados pela poesia de Torga, à luz da terra que atrai o seu espírito inquieto e insatisfeito.
A terra de Trás-os-Montes percorrerá os tempos nas páginas de Miguel Torga.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mada, aqui dos Algarves, cá estou a ler os teus "posts".
É triste que neste país ninguém tenha lembrado Miguel Torga, esse escritor nomeado para o Nobel, mas que não teve a "sorte"??? de o ganhar. Pobre de um país que esquece os seus mais nobres e apenas vai a banhos e ao Pontal, num mês completamente inerte neste mês de Agosto que me leva a temer uma secura no Tarrafal em Setemmbro e Outubro.