sábado, 14 de junho de 2008

Chamava-se Ernesto.

Chama-se Che. Nasceu há oitenta anos.
O ideal matou-o. O ideal imortalizou-o. Há um Che Guevara dentro de todos os que sonham um mundo melhor.
"Os poderosos podem matar uma, duas até três rosas, mas nunca deterão a primavera.", disse.
Manuel Alegre dedica-lhe uma obra poética inteira.

Talvez o Che tenha sido o primeiro a compreender
que não se pode mudar o mundo
sem mudar o ritmo da relação com ele.

Por isso quando lhe disseram que a mãe tinha morrido
(andava ele no Congo
naquele ano em que esteve em parte nenhuma)
pediu um mate sem açúcar
falou da infância
e depois afastou-se lentamente
para cantar sozinho os tangos argentinos
que eram por certo os ritmos do seu sangue.

Ele sabia que era preciso o inesperado. O efeito
surpresa. Ataque e fuga.
Por exemplo: quebrar a rotina. Despedir-se.
Desaparecer.
Criar um foco algures dentro de nós.
Partir de um centro para uma espécie de irradiação.

2 comentários:

Anónimo disse...

1. Gostei muito dos três últimos 'posts'. Gosto da sonhadora que a Mad' é, ad eternum.
Um beijo,
IO

2. Caramba, Che, nem tu nem eu podíamos adivinhar que nesta mesma África por que sonhaste e combateste, hoje, um 'hitler' chamado Mugabe viria dizer que, outros a governar, só por cima do seu cadáver. Pior ainda, que até ao momento, ainda nenhum dirigente africano o condenou.

Anónimo disse...

Querida Mad', volto para te sugerir ires a este link ler as mensagens recentemente deixadas pelo Candido:
http://chuinga4.blogs.sapo.pt/58481.html
IO