"Chovem-me lembranças antigas."
E a chuva começa sempre no mesmo sítio, uma espécie de paraíso à moda antiga, onde não há máquinas de rega, nem máquinas nenhumas, nem de lavar ou passar a ferro a roupa de uma família numerosa. E a chuva cai sempre em espaços que não têm fim, sobretudo na minha memória deles.
A chuva rejuvenesce as imagens dos meus e enquanto chovem os dias passados, eles recuperam o andar e a voz clara que o tempo leva. Ouço-lhes os risos.
Enquanto chove, o cheiro das batatas fritas em azeite torna-se real. A chuva lava as cores das alfaces do quintal e os grandes limões amarelos, temperados com sal grosso, sabem ao mais opíparo manjar divino.
Chovem-me as noites frias da Namaacha e a água gelada dos lavatórios...
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