O meu filho Diogo sugeriu-me uma homenagem ao Senhor Francis Obikwelu.
Mas quem sou eu para prestar uma homenagem ao Obikwelu, pensei! Não sou nada, ao pé de um homem que sabe o que quer e onde quer chegar, mesmo que para isso tenha de passar pela dureza de um trabalho, aquele que ninguém deseja. Trabalho esse que, para além da força física, requer uma força moral imensa. O trabalho dito das obras, bem ou mal pago, é normalmente conotado com aptidões menores. E nem vale a pena tentar nenhum exercício de cinismo, pois ninguém tem como sonho trabalhar nas obras ou ter um filho a trabalhar nas obras.
Mas, com o adiantado da história de Francis Obikwelu, todos percebemos que o sonho passa às vezes por fases de verdadeiro pesadelo. Francis tinha tudo para vencer e venceu. Encheu de orgulho uma nação que se rende pelo coração a estas histórias de sobrevivência corajosa, que se rende pela emoção que a meta representa, que se rende à honra de um pódio olímpico, por mais que queiramos que o nosso orgulho de cantinho de mar salgado seja sóbrio e discreto.
E de repente o nosso herói torna-se ainda mais digno da nossa admiração, porque, ao contrário do que fomos habituados, este homem não se insurgiu contra a má sorte, não se vitimizou para ficar bem no retrato: assumiu a sua condição humana e pediu para ir embora, pois o Homem Obikwelu tem em mãos uma tarefa muito importante. Ele é o verdadeiro Homem das Obras, das Grandes Obras, para as quais é preciso ser um Grande Homem.
“Quero ajudar as crianças. Quando era miúdo, disse à minha mãe que queria ser famoso e ter dinheiro para ajudar as crianças.”
Viva o Senhor Francis Obikwelu!
Pode ler-se aqui uma homenagem de verdade!
Imagem do Jornal Público
2 comentários:
Um grande e grato abraço a este Atleta!,
e um beijo à Mad', claro,
IO
Nem sei o que pensar sobre o facto de Francis Obikwelu ter desistido...É a pressão, só pode. Lamento que o tenha feito, pois é um grande atleta!
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