sábado, 25 de julho de 2009

Chamem-lhe "felicidade", por exemplo!

A Estrelinha, que ensinara as primeiras letras e as contas a muitos jovens lá da aldeia, já ultrapassara os trinta há um bom par de anos, já estava casada há mais de dez e bebés, nada...
E toda a gente via e sabia como ela gostava de crianças!
Além disso a Estrelinha não escondia a pena de não ser contemplada pela Natureza.
Um dia, a Estrelinha pensou que talvez a Natureza precisasse de uma pequena ajuda. E assim foi! Ela e o marido foram aos médicos, falaram-lhes do seu desejo e a Ciência lá deu o jeito que faltava e semeou os bebés na barriga da Estrelinha.
Por isso, naquele dia uma verdadeira multidão esperava à porta do Hospital, em tempos Maternidade, a sua vez de espreitar a menina e os meninos.
Comentava quem saía que a menina era linda e rosadinha , tão rosadinha que se devia chamar Rosa. Quantos aos rapazes, diziam que berravam a bom berrar! Não havia forma mais adequada à sua condição de recém-nascidos de retribuir, para o outro lado do vidro, todos os sorrisos, acenos e alguma lágrima, que se ficava pelo “canto do olho”.
Esta hístória exemplar repete-se com tanta frequência que deixou de ser notícia.
Mas foi há trinta e um anos uma notícia feliz que fez nascer em muitas Estrelinhas a esperança de perseguir um sonho, com a ajuda da Ciência.
Há 31 anos, nascia em Londres o primeiro "bebé-proveta", designação que caiu em desuso porque contribuia, na mais perfeita inocência, para uma resistência chamada "preconceito". Passou a chamar-se "reprodução medicamente assistida".
Chamem-lhe Felicidade, por exemplo!

Imagem daqui

1 comentário:

Isabel Preto disse...

Concordo, Madalena, pois nada maior que ter um filho e essa é a solução, para muitos casais.
Beijocas e obrigada pelos comentários lindos, que me ofereces! Dizer que quase podia ser tua filha...fez-me sorrir!