domingo, 11 de outubro de 2009

A Minha Rua

A minha Rua estava ali toda.
Toda?
Não!
Todos os que tinham, e têm, menos quatro ou cinco anos do que eu.
Tive de lhes explicar que não podia lembrar-me deles, porque, nesse tempo donde eles estão a chegar a todo o momento, eu tinha dezoito anos, idade de grande responsabilidade e eles tinham então uns míseros treze. Alguns até menos. Eram umas crianças ao pé de mim, mulher feita, já a pensar em casar e ter muitos filhos (Eu e a Susaninha!). Podia lá lembrar-me daqueles fedelhos!
Eu não me lembrava, mas eles sim! E que bom foi perceber que cabia nas boas memórias daquelas infâncias que povoavam a minha rua, com bolas, bicicletas, carrinhos de rolamentos, patins, braços e pernas de gesso, genialmente decoradas com corações e outras insinuações!
Quero pedir desculpa aqueles miúdos por não lhes ter prestado a devida atenção lá na rua. Mal sabia eu que um dia iria lamentar não o ter feito. Que hoje me envergonharia. Eles tinham tantas memórias de mim para me oferecer. Eu não tinha nada. Só as minhas humildes desculpas!!!!

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