quinta-feira, 8 de julho de 2010

No tempo em que as bonecas falavam...

Esta é uma homenagem ao tempo, ao tal da infância, em que as bonecas falavam. As minhas falavam.
Esta, por exemplo, era a minha irmã e eu contava-lhe muitos segredos. Aqueles que ninguém podia entender. Julgava eu. Então, à noite, eu contava-lhe os meus medos. Um deles era estranho: se eu não existisse, onde é que eu estava? O nada era um mistério!
Outra inquietação que me perseguia era a saber onde é que "morava" a sorte que tinha determinado que eu tivesse tanto conforto: uma cama, um quarto, uma casa, brinquedos, livros.
Só me faltava mesmo um irmão ou uma irmã. O que eu não sabia é que haviam de aparecer sob a forma de amigos.
Eram conversas desta que eu tinha com as minhas bonecas.
Por falar em irmãs, a blogosfera ficou mais rica...

9 comentários:

Isabel Preto disse...

Falas de um tempo lindo, o da inocência...Também falei muito com uma boneca que o meu pai me trouxe de Paris, mas que eu pensava que era o "Pai Natal" que a trouxera!
Beijos, Mada.
Pena que algumas crianças dos nossos dias não saibam falar com bonecas.

Natália Fera disse...

Bom dia Madalena
Ao ler o teu post,fui ás minhas recordações de infância e sabes uma coisa nunca tive uma boneca,mas só hoje me lembrei disso,mas acho que é bom sinal,não me marcou,a minha infancia na aldeia foi muito feliz.
Também não tive irmãos,mas tive muitos primos para brincar,hoje estou como tu,encontrei-os em alguns amigos.

Beijinhos
não me canso de dizer!
Como é bom vir aqui.

Anónimo disse...

Márcia disse:

Bom dia amiga escritora,professora,poetisa..etc!
Ah...bons tempos de nossa infância,tambem conversava e tinha segredos com minha boneca,e,a tive até os meus 15 anos.
Linda recordação!
beijinsss Madalena,fique com Deus e com os anjos

Unknown disse...

Espero que a minha filha um dia também descubra isso...

lucinda maria disse...

Olá Madalena, cá estou de volta ao teu cantinho. Este texto fez-me lembrar a minha infância e num tempo mais próximo, a infãncia da minha filha. As bonecas ainda falam e dizem coisas que as meninas querem ouvir. Somos nós, mães das bonecas humanas que conseguimos fazer com que as de materiais inertes consigam falar.
A minha filhota é filha única e as manas foram sempre as suas bonecas que lhe "transmitiram" a sua sabedoria de uma forma simples e que ela soube receber.
Como eu gosto de ler estas coisas....
Bom fim-de-semana, muitos beijinhos e quem sabe se dia 23 estarei nessa tal esplanada!!!!
Cinda

Claudia Ganhao disse...

Olá Madalena,

Como filha única, só tenho a dizer: Como eu a compreendo.

Bjs

Anónimo disse...

Madalena...ai Madalena, como escreves bem. Como a tua caneta (melhor dizendo, os teus dedos) nos fazem sentir as emoções, a nostalgia e as angústias das nossas solitárias cogitações infantis
Como a Natália eu digo: é bom vir aqui mas....ando arredada destes espaços. Estou numa de os recuperar a todos.
Tenho saudade de vocês
Teresa a "M"

IsaLenca disse...

Bonito...e pensar que até fiz uma boneca de trapos...depois foi para uma exposição em Aveiro e...nunca mais a vi - ou alguém gostou muito dela e desviou-a ou...ganhou vida e resolveu ficar humana mesmo. Quiçá??

Bjs

IC disse...

Madalena, tenho saudades tuas, mas o tempo não tem dado.
A propósito de infância, se quiseres conhecer as minhas duas netas mais novas dá uma olhada aos meus últimos posts :)
Grande beijinho