terça-feira, 8 de março de 2011

Tudo vem a propósito...

Os dias vão passando e a vontade de escrever sobre qualquer momento mais relevante fica adiada pelos motivos mais comezinhos: cansaço de origem variada, preocupações, trabalhos da escola e algumas viagens que as circunstâncias da minha "unicidade" ( filha única, por exemplo!)impõem.
Então, o que é que está em atraso? O encontro com Dulce Braga, em Lisboa, na Bulhosa de Campo de Ourique, na apresentação do seu fruto, o fruto do encontro entre os dias que ficaram e os dias que são. O fruto é o maboque. Não provei o outro maboque, só provei este e o seu sabor é de uma beleza muito rara, sobretudo quando se mistura um outro sabor, o da distância,o da ausência e o da saudade. Dizem os livros de botânica que o maboque tem um sabor agridoce. Está explicado!
No entanto, o doce foi o elemento que sobressaiu, sem dúvida alguma!
Senti esse “doce” no reencontro da Dulce Braga Mulher Escritora Agora com a Dulce Menina de Angola. Além de doce, foi uma emoção linda que se espelhou nos olhos e no sorriso da Dulce. Foi uma emoção linda que passou por todos os que ali estavam a saborear um gosto antigo ou a provar um sabor, pela primeira vez, como foi o meu caso.
O convite chegou-me aos olhos pela boa vontade do Nelson Reprezas, amigo comum. Foi também uma surpresa linda que me encheu de orgulho.
O dia já estava perfeito, mas a dedicatória da Dulce deixou-me o coração embargado.
Obrigada, Dulce, pelo convite e pela escrita que me vai trazer muita emoção boa, aquela que cura feridas.
Obrigada, Nelson, por teres sido o mensageiro da mensagem boa!
E, para terminar, vou também citar, transcrevendo (página 187) umas linhas que retratam bem os dias que correm, em que o doce se dissolve mais do que a conta, nas amarguras da vida.
“Peguei no primeiro disco da pilha que estava do lado do gira-discos e o coloquei para tocar. Era um compacto de Janis Joplin, de 1970, que havia comprado numa loja de discos em Nova Lisboa, um ano atrás. Tocava a música Get It While You Can e a letra não podia ser mais apropriada: In this World, if you read the papers, You know everybody’s fighting on with each other… Don’t turn your back on your love, no, no!
Foi o que aconteceu neste fim de tarde: ninguém virou as costas ao amor, sobretudo àquele amor que nos liga a nós mesmos, por muito que seja geograficamente distante …

4 comentários:

Anónimo disse...

OBRIGADA Madalena pela sua doce presença, pelo seu caloroso abraço e pelo mimo com que me presenteou, agora com este belo post e na Bulhosa com o seu "A Tia Árvore",com que muito breve me deliciarei! O PRAZER de conhecê-la foi só a ratificação do que já esperava, como leitora que sou do "Chora que Logo Bebes", de que através das palavras expomos nossa alma. Bjs

Dulce Braga disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dulce Braga disse...

Se há algo que por mais que me esforce continuo "dinossaurica", é mexer com estas modernices da net. Me perdoe mas por algum motivo que desconheço o meu primeiro comentário saiu como anónima.
Bjs

Graça Pereira disse...

Beijo agri-doce...porque gosto... a estas três mulheres que fazem deste dia- particularmente feminino- um Dia ainda mais bonito!
Graça