terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O valor do tempo

Agora, que a minha mãe já não está cá, sinto que o valor do tempo mudou para mim. Passei para a linha da frente, mas não é isso que me dói. Doí-me sobretudo a noção aguda da finitude inevitável e a incapacidade de fazer no tempo que me resta tudo o que é bom e contribui para a realização de uma vida.
Então.... Tenho muito tempo quando falamos de gestão do dia. 
As manhãs prometem sobras de tempo. Temo essas sobras que me podem corroer a tranquilidade que, a par do tempo a mais, me é oferecida. 
E depois vem a tarde que parece tornar-se infértil acompanhada que está de uma preguiça que teima em percorrer-me os braços e as pernas.
É a idade, dizem-me!
E do outro tempo, do tempo mais longe? Esse parece estar ainda mais comprometido e ser mais difícil de perceber quando me imagino lá. Estarei como agora? Ou serei fisicamente muito diferente? Estarei muito mais fraca? 
Do tempo que ainda tenho, pouco ou muito, quanto desse tempo será de qualidade?

Sem comentários: