terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Censura! Não, obrigada!

Os que me conhecem sabem que a minha área de pensamento ideológico anda próxima do PS. Não de todo o PS, mas de uma origem, uma raíz, que na minha juventude me convenceu e me ofereceu um ideal.
Foi bom andar em campanhas, fazer parte de listas, organizar ou co-organizar apresentações de candidatos, escrever sem medos, falar e dizer tudo o que me ia na alma, aconchegasse ou não os interesses de alguns. Sempre me senti livre porque nunca tive ambição de carreirismo: a minha família, alargada de bons amigos, e a minha profissão preenchiam-me a vida e era muito pouco o tempo que emprestava à militância partidária.
Há dias, nas arrumações dos enfeites de natal, encontrei uma bandeira desses tempos. Não me comovi nem me emocionei especialmente, mas senti uma certa ternura pelo lado simbólico daquele achado: juventude, ideal, muita juventude e muito ideal.
Fotografei a bandeira e  coloquei a foto numa página do Facebook dedicada à fotografia, em que participo diariamente, pensando que talvez provocasse uma boa recordação nos muitos que aqui "andam", colaboram e têm uma lembrança semelhante.
Mas não! A fotografia valeu-me uma censura que não me abalou pessoalmente. O que me abala, sim, é constatar que o sentido da tolerância precisa de ser trazido à tona das nossas conversas e dos nossos hábitos.
Deixo-vos aqui a bandeira que me acompanhou em muitos comícios, os tais "de boa memória", de que fala José Gomes Ferreira, no seu "Mundo dos Outros".


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