Cumpre-se hoje mais um ano de ausência, de falta. Mas os teus
quadros falam por ti, dão respostas a inquietações milenares, como "Onde
estás?".
Eles respondem: estou aqui!
E estás mesmo. Está ali a tua ideia de um
recanto que te "apeteceu" e esse recanto é parte de um todo, É
o símbolo do teu contributo para a vida.
O belo!
O belo foi a tua linha de horizonte
sempre! Mas, se, por acaso, o vislumbravas numa vereda, num atalho, esse seria
o teu caminho.
Ensinaste-me a amar a expressão estética e
se não sei pintar, nem dançar, nem cantar como tu, sei ler os versos de
Reinaldo Ferreira, com o mesmo deslumbramento.
Devo-te a minha construção cultural,
devo-te a ousadia de pensar e dizer o que penso. Não vou acrescentar o clássico
complemento "doa a quem doer" porque isso não tem sido assim. Tenho
um reduto de seres que não quero magoar e só o faço, por falha, culpa e
pecado.
Em termos afetivos, o "tu cá, tu
lá" ajudou muito a perceber que eu não tinha que ser igual a ti mas podia
receber com mãos abertas a tua experiência de afetos e refletindo sobre eles
partir para a minha vida. Falámos sempre como dois amigos. Houve situações em
que te levei a melhor, mas tu não sucumbias com facilidade, mesmo quando a
"derrota" te punha a sorrir porque a minha vitória representava o teu
sucesso na minha educação.
Estás a ver que estamos a conversar?! Por
isso é que eu digo que não foste embora e que andas por aqui...
2 comentários:
este texto não é só bonito, é bom. obrigado, minha querida Madalena, por me deixares partilhar a ternura intensa dos teus afectos.
Eu digo o mesmo de ti! E agradeço com a mesma intensidade! Os nossos pais continuam por aqui, sem dúvida. E se não me engano também se imortalizaram nos versos do poeta que nos ensinaram... Beijinhos, querido Miguel!
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