O Cabo Carvoeiro. É o rosto assustadoramente triste, onde, em rugas de tragédia, corre o sal das lágrimas da terra e da gente de Peniche.
Há traços que documentam o destino de um povo que vive
paredes meias com o mar, que se embrulha em salgada vizinhança com
intuito de trazer o peixe que alimenta o sonho de ver crescer os filhos....
Mas Peniche não é apenas dor. Não é apenas labuta! Também é
prazer, festa e escola. Há neste mar e nesta terra, como em todas as gentes,
esse lado de festa, com uma dança que se dança em cima de ondas que tocam a
música de sempre: a sua, a do mar. Peniche é também um santuário do surf, assim
se chama, e aí acorrem os mais novos para prender e aprender todas as sensações
que uma crista de onda oferece. E é vê-los passar de prancha às costas, em
jeito de procissão.
E há a coragem de resistir, mesmo quando os olhos só vêem mar
e fragas! A coragem de acreditar que outros tempos darão testemunho desta luta
que não se trava senão com armas feitas de ideal e desejo de liberdade.
E Peniche veste-se e cobre-se com um manto tecido de
gotículas de água salgada. E esconde-se sob esse manto! E esconde, sob esse
manto, um azul inigualável!
Que o sol descobre se assim o quer!
Quem vai a Peniche traz tudo isto nos sentidos!
Ir a Peniche e... voltar!
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