Continuo em Moçambique. Não de corpo. De memória e coração.
Pelas artes e letras, a descobrir quase-envergonhada o que devia saber e não sei...
No entanto, vou encontrando pessoas que já foram minhas, num tempo distante!
É uma emoção forte, que estilhaça no espaço que eu não sei definir, porque o meu conhecimento, para tal, não dá. É um espaço facilmente "vencível", em termos práticos. Estou à distância de uma tecla de um passado semi-adormecido, anestesiado pela correria dos dias impiedosos e inexoráveis.
Não é este o espaço das lamentações.
Estou em Chora que Logo Bebes, ponto de partida.
Será um dia ponto de chegada.
Entretanto, é a viagem.
Encontrei o meu professor de Desenho: o pintor João Paulo.
Aqui deixo as palavras que lhe teria dito aos quinze anos, se, nessa altura, soubesse verbalizar o que então já sentia.
Eu sabia, sentia, que estava (estávamos todos) perante um mestre, um artista, alguém que tinha naquela forma de expressão a sua forma de expressão: era a sua natureza, feita de cores, traços. Ele sabia, no meu caso, que estava perante o grau zero do conhecimento e do talento nessa área.
Queria tanto agradecer-lhe nunca ter sentido qualquer forma de humilhação por isso!
Pelo contrário: lutou contra a minha ignorância, para além de todos os limites.
E, graças a essa sua luta, eu não "chumbei" a Desenho no exame de quinto ano. Os correctores da prova de exame devem ter visto na minha prova a sua determinação.
Como professora, lembro-me muitas vezes deste mestre.
O meu tributo é a tentativa séria de imitar o seu exemplo pedagógico!
1 comentário:
Bom dia!
Como não podia deixar de ser, vim apresentar os meus cumprimentos e aproveitar o pouco tempo que me resta de férias para actualizar leituras obrigatórias.
Aqui é uma delas, Madalena.
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