sábado, 11 de setembro de 2004

A magia que se esboroa

- A minha escola, especialmente na aldeia, a dos tempos pré-primários, a de minha tia Emília, era algo de mágico. Ir para lá era uma expedição mágica.
(Altino do Tojal)
Vou guardar esta entrevista preciosa e rara do escritor dos Putos ao jornal A Página.

Não é mais uma expedição mágica. Será culpa dos tempos?
Numa conversa televisiva em que participava o ex ministro David Justino, um professor, quase a desistir da utopia inevitável na bagagem de qualquer profissional do ramo , dizia que, antigamente, os alunos gostavam da escola, os professores gostavam da escola. E hoje? Quem é que gosta da escola?
Se calhar já nem o Senhor Ministro da Educação gosta da Escola?
Vamos pensar em conjunto?
Uns com os outros: vamos ensinar a pensar?
Vamos!
Mas...a maior parte de nós já perdeu o treino de pensar e o tempo para o fazer também.
O sentido do dever impõe-se, ao professor, claro!, e, quando damos conta, passaram anos e o nosso nível de exigência já está pela metade e os conteúdos leccionados pela terça parte.
Quem perde? Todos! Especialmente as nossas crianças que nunca conhecerão uma escola “a sério”.
Conhecem aquela escola simpática, pouco exigente, que os vai conduzir a um mero diploma do Ensino Básico. Ou talvez os ponha à porta da Faculdade, quem sabe?
Mas não lhes venha pedir contas, se não conseguirem sair de lá a tempo e horas de começar carreira profissional, antes dos cabelos brancos.


1 comentário:

Miguel Pinto disse...

É verdade. E o problema maior é quando diminuímos o nível de exigência na acção educativa e abdicámos da orientação da nossa formação contínua deixando-a à mercê dos interesses ocasionais dos centros de formação de professores.