domingo, 29 de maio de 2005
Mãos que oram e aplaudem!
As mãos
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967
Ao ver hoje esta imagem no Público-On-Line, lembrei de um dos poemas que eu mais gosto!
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4 comentários:
Que bem escolhido poema,para ilustrar as mãos suplicantes.Eu lembro-me de trautear este poema feito canção.Será que me podes dizer quem o cantava?
beijinhos
ana
Adriano Correia de Oliveira, Ana! Desaparecido e pouco regressado.
Bom dia, Madalena. Ó Madalena, aquele livro sobre as divas e o cinema é seu? Ou é outra Madalena?
Um poema dos meus favoritos, também.
Que bonito, Madalena!
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