quarta-feira, 1 de junho de 2005

Os Putos

São os putos deste povo
a aprenderem a ser homens.
Ary dos Santos
- A palavra puto vem do latim «putu-» que significa menino, rapazinho. Em Portugal, puto é garoto; miúdo; catraio. Em sentido vulgar, é indivíduo desprezível.
In Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Houve um dia em que, despudoradamente, entre vírgulas e entre aspas, um poeta e um escritor resolveram intitular as suas obras com uma palavra que, até ali, pertencia a outro reino, o da gíria e do calão. “Os Putos”.
O poeta não escandalizou ninguém. Já todos se tinham habituado à irreverência de José Carlos Ary dos Santos. Carlos do Carmo deu ainda mais talento ao talento das palavras e cantou-se o fado.
A letra fala de miúdos da rua, de crianças que vivem na rua e, das coisas que encontram, constroem brinquedos de sonho. Em qualquer charco, navega o mais belo navio, na imaginação e no sonho de um puto. Uma dúzia de caricas dá um jogo de futebol. Uma carica é o Figo, outra o Ricardo e está ganho o jogo. Para eles não há Playstations nem Gameboys.
Provavelmente este parágrafo devia ser todo redigido no passado, porque a realidade dos putos da rua, hoje, é diferente e pior.
A que o fado canta tem já mais de vinte anos.

Desde o momento em que nasce, toda criança se torna cidadã. E por isso, criança também tem direitos. Não é porque são pessoas pequenas que as crianças são menos importantes. Pelo contrário: elas devem receber atenção especial, pois a infância é a fase mais importante da vida.
Para que todos tenham uma infância legal, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou um conjunto de direitos para as crianças. É a Declaração Universal dos Direitos da Criança, escrita em 1959.
Essa declaração assegura que todas as crianças tenham direitos iguais. Elas não podem sofrer distinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição.

Sobre a Declaração, pode ler-se aqui.

1 comentário:

Nelson Reprezas disse...

Tenho que admitir que este poema do Ary é um dos mais simples e belos que conheço...
beijos