Há trinta e três anos embarquei para Moçambique. Eu não sabia que era a última vez. E hoje também não sei se foi ou não a última vez. Posso ainda contrariar essa determinação. Ou então pensar que está escrito nas estrelas que hei-de voltar à galáxia-mãe!
Nampula, Agosto 1972
3 comentários:
Nampula... andei dois anos, em tenra idade, no "Vasco da Gama". Desta cidade guardo lembrança do professor Dantas, da Serra da Mesa, das maçanicas, do Gil Vicente, do Museu, do Niassa, da piscina do Ferrovia e um fulano que se chamava Arriscado, tinha ma pensão que era a pensão "Arriscado" e tinha fama de ser morto vivo, o que aterrava a minha existência de criança :))) Lembro-me ainda da Cervejaria Aquário, do Entreposto (onde o meu pai me comprou a primeira "burra"), a catedral e do comboio que me acordava com o apito quando, de noite, arrancava para o seu longo percurso via Nova Chaves, Namina, Iapala, Ribaué, Malema, Mutuáli, Cuamba e por ali fora...o Sporting também tinha cinema, antes ainda do Gil Vicente, para onde eu conseguia escapulir-me e ver o filme por de trás do ecrã.
É melhor ficar por aqui. Já lá vão tantos anos e lembro-ne de tudo :))
A nossa história está inacabada, se calhar somos como os amputados que durante algum tempo ainda sentem os membros que já lá não estão. Não acredito nas estrelas nem no destino, mas acredito no Homem e na sua capacidade de alterar o curso das coisas. E acredito que acabarás por escrever esse capítulo do livro da tua vida que ficou retido no tempo á espera de um final feliz.
Que post, Madalena!!!
e não sei, quanto ao 'ultimo'...
Beijo grande, IO.
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