sexta-feira, 5 de agosto de 2005

Thank you, Norma Jean!

À Marilyn tenho de agradecer a inspiração. Não a de hoje, nem a de há um ano, mas uma inspiração mais antiga, que acabou por se tornar determinante na "minha curtíssima carreira de escritora".
Já escrevia há algum tempo para um jornal da terra, Gazeta do Montijo, a convite de um amigo que então o dirigia com muita generosidade e dedicação, a troco de nada, como é normal acontecer com estas publicações.
(Mas, mesmo não se recebendo nada, pode sempre contar-se com uma mais-valia, como agora se diz, que é a experiência e também, como aconteceu neste caso, o reforço de amizades inevitável no trabalho conjunto.)
Um dia, apareceu mais uma proposta para mais um artigo de teor biográfico, visando personalidades que se tivessem distinguido na vida pela dedicação a causas humanitárias. A título de exemplo sugeriu Florence Nightingale.
Num daqueles meus impulsos de momento, mais vulgarmente conhecido por “repentes”, contrapus com outras personalidades e a título de exemplo sugeri Marilyn Monroe.
Foi assim que, chegada a casa, me sentei onde estou agora, defronte de um monitor de onde me saía muita informação, muitas imagens. Era preciso começar. Nunca tinha escrito nenhuma biografia. Não me parecia bem começar com muita formalidade, com a data do nascimento, o desfile dos acontecimentos e a morte.
Peguei então nos dados sobre a vida da beldade loira que os homens da geração do meu pai tanto admiravam e ousei compor uma versão um pouco interpretada, que me parece que é o que todos fazem, ao fim e ao cabo, quando contam a vida dos outros.
Aos dezasseis anos, a 19 de Junho de 1942, casa com Jimmy Dougherty, de 21, que conheceu na Fábrica de Construção de Aeronaves, onde trabalhava. Estaria apaixonada? Ou simplesmente à procura de amor e de família, como tinha feito até aí?
A letra de Elton John também me serviu de fonte, de inspiração e de título: Goodbye Norma Jean.
Estava pronta a primeira biografia da página feminina da Gazeta do Montijo.
A imagem que acompanhou o texto foi a clássica: Marilyn segurando as saias que esvoaçam e mostram "um pouco mais de mulher".

Imagem daqui.

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