sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Lisboa com eléctrico e tudo

Ontem vi uma Lisboa com alma, mesmo banhada e batida pela chuva forte.
Era manhã e há bairros onde a vida segue sempre sobre os mesmos carris, chova o que chova, ferva que calor ferver.
E isso sente-se no rolar seguro do velho eléctrico...
ELÉCTRICO
Este surpreendeu-me pela cor vermelha. Eu que estou sempre a pensar no amarelo da carris que os fados cantam.
Tão bonito! Resolvi dar-lhe uma demão das tintas virtuais...
Espero ter feito bem!
Ah, foi junto à Praça de São Paulo que vi o belo exemplar do transporte mítico da Lisboa das colinas!
lisbaixa
E sobre Lisboa, o dom do verso de Álvaro de Campos, uma pessoa que dividiu a existência com o próprio Pessoa, entre outros...
Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar,
Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo.
À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se
Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma,
E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo.

do poema "Acordar"

5 comentários:

armando s. sousa disse...

Olá Madalena,
O Inc como personalidade blogosférica morreu.
Passa por este blogue:http://banzaipilot.blogspot.com/.
Não disse nada, não sei de nada.
Um abraço.

armando s. sousa disse...

Bom fim de semana.

Anónimo disse...

Apesar do poema...gostava de acordar em Lisboa e pensar que estes anos todos não passaram de uns efémeros segundos de sonho, que a pouco e pouco se foi transformando em pesadelo.
Não é verdade que todos os lugares são o mesmo lugar!Pelo menos para mim. Há lugares onde o sol é diferente, o verde também, as pessoas, a paisagem, e os nossos olhos vêem outros lugares diferentes e melhores!

Diolindinha disse...

Os lugares só são todos iguais quando a nossa alma esté triste...

Emilia Miranda disse...

Continuo contente Madalena, vejo que cá estás novamente.
Um abraço,
Emília.