domingo, 9 de outubro de 2005

See-saw


Este "brinquedo" é muito comum nos parques infantis. Não requer muita tecnologia e deve ser muito simples de instalar, com segurança e imaginação.
(A imaginação entra na parte em que os miúdos se seguram para não caírem no sobe e desce deste brinquedo. Chamo-lhe brinquedo porque, sinceramente não sei como se chama em português e, no dicionário Inglês-Português, para "see-saw" só encontro balanço e gangorra e nem um nem outro me soam a Português de Portugal. No Brasil, provavelmente, chama-se assim!)
Sempre simpatizei com o "see-saw", talvez porque o ache muito pedagógico em termos de "vida", "tal como ela é", como diz o novo slogan dos telemóveis.
Eu hoje estou no lado do saw, que é, presumo, o lado que fica com o "rabo" colado ao chão, enquanto o "outro" do lado de lá, do lado do see, vê tudo muito bem e muito acima dos outros que brincam no mesmo parque infantil. Esse tem uma ilusão de superioridade que provoca uma sensação de felicidade, daquela felicidade que se sabe bem o que se fazer com ela, pois há uma consciência plena do seu carácter passageiro...
E estou assim, down, em baixo, por causa de certos resultados que eu, e muitos outros como eu, nunca acreditaram serem possíveis. Entendo o desejo punidor! Eu também o exerci, embora ninguém o sinta senão eu, no recanto aconchegado da minha consciência alcatifado de valores que já não se usam, pelos vistos!
Pelos vistos, outros valores mais altos se "alevantam" (assim mesmo, que é como vem nos Lusíadas!)e fazem descer o meu see-saw durante algum tempo.
Agora já não brinco! Estou amuada!

5 comentários:

Anónimo disse...

Madalena
Será arre-burrinho? Acho que era assim que lhe chamava lá no Jardim do Bacalhau.
Também me sinto como tu, mas fixo-me nos alcatruzes.
Beijinhos

t-shelf disse...

Acho mesmo que o S. Pedro resolveu mostrar-se tão desagradado como nós e para nos consolar mandou a tão desejada chuva.
Beijinhos desiludidos

Pitucha disse...

Não fiques triste. Como comentavamos ontem em serão de amigos, cada um tem os autarcas que merece! Só que este "um" é um colectivo sem rosto no qual pessoas como tu unão se reconhecem (nem se podem reconhecer!). Decididamente a democracia não é perfeita mas ainda não se conhece melhor sistema.
Beijos Madalena

Dinamene disse...

Madalena, adorei, apesar de teres amuado, este post. E a imagem, que acho que se traduz simplesmente por balouço, foi uma escolha sublime!
Beijo.

Madalena disse...

Obrigada pelas palavras amigas...
Beijinhos