sexta-feira, 17 de março de 2006

ET, go home!

Enquanto não me decido a fazer o caminho de regresso a casa...
Tal como o patrocinador literário deste blog, eu sei que nunca se volta de lado nenhum. Nunca se regressa a casa! Nem sei se o ET terá regressado a casa. O João Sem Medo teve de se sujeitar a uma magia para poder voltar a Choraquelogobebes. Uma espécie de clonagem. O Mágico do espelho tentou que nenhum dos dois Joões resultantes desta operação soubesse quem era quem.
Eu acho que isto não é ficção. Isto é verdade!
Como ia dizendo, enquanto volto e não volto, vou percorrendo os meus lugares, sem corpo. Só com alma e pela mão de uma saudade bonita e simpática que me faz o favor de me lembrar o que eu acho que já esqueci.
E lá me deixo guiar.
Olho para trás e vejo-me com seis anos, a caminho da casa de uma professora de piano, que morava, se a memória não me trái, nas imediações do Observatório campos Rodrigues.
Obrigada, mamã! Obrigada, papá! Vocês tentaram ensinar-me música. Quiseram fazer de mim uma pessoa mais completa. Mas, nestas coisas, os pais não podem muito contra a natural incapacidade. Felizmente não demoraram muito a perceber que era uma perda de tudo.
(Ou será que a Dona Odete Garcia, a professora de piano, cuja cara a Dona Saudade me apaga teimosamente, lhes disse?)
Mas quem era afinal este Campos Rodrigues e qual a história deste edifício tão bonito?

Imagem daqui

Algumas respostas estão aqui.
Mas não se fica por esta vizinhança das lições de piano, a minha memória do Observatório.
A minha recordação acarinha ainda a imagem da Dona Robertina e do Sr Antunes, que moravam nos "territórios" do Observatório. Ele era funcionário do Observatório e uma pessoa dotada de extrema inteligência e de uma filosofia muito sua.
Eram pessoas muito especiais e que tiveram também um papel muito importante na minha aprendizagem da vida.
casal antunes

2 comentários:

Pitucha disse...

Um dia apaixonei-me por uma frase do Snoppy que dizia "home is where the heart is".
Beijos

Anónimo disse...

Que bonito 'post', oh Mad' - o beijo que mereces, IO.