quarta-feira, 1 de março de 2006
Modas e Bordados, Burdas e etc
Um dia, um amigo meu, por sinal profissional da moda, disse-me qualquer coisa acerca da moda, que eu não consigo já reproduzir ipsis verbis, mas que se resume à ideia da moda ser tudo e, por isso mesmo, não se usar.
De facto, quem é que veste "Fátima Lopes" ou "Ana Salazar" tal e qual elas desenham e vestem os belos manequins que quase esvoaçam de tanta magreza?
Actualmente, há por aí de facto muitos arremedos de Ana Salazar, não como ela é hoje, mas como ela era nos anos setenta! Hoje, a estilista que enfrentou os preconceitos com o seu arrojo, é, direi com algum receios de não-entendida-no-assunto, uma clássica.
Eis um exemplo!
E eis-nos a nós, à maioria de nós, escravos da moda, ou melhor, das modas!
No que diz respeito ao belo trapo, as minhas recordações distantes chegam à Malhangalene, onde a Dona Vitória tinha o seu atelier. A Dona Vitória era modista, logo executava a moda,
Comprava-se o tecido a metro, na Casa Coimbra, por exemplo!
(Ainda hoje vi um bisnetinho!)
Comprava-se a Burda, na Spanos e a Dona Vitória tirava as medidas e cortava.
Depois vinham as provas.
(Provas também à minha resistência e paciência, já que estou a falar dos vestidos da minha mãe e não dos meus!)
Das mãos da Dona Vitória saía sempre a perfeição. E a perfeição assentava, na perfeição, no corpo da minha mãe ou da minha tia, já de si mulheres bonitas.
(Desculpem a vaidade, mas quem as conhece sabe que é verdade!)
Quando eu vim para Lisboa, a minha mãe, pressurosa, mandou fazer-me um fato. Já não me lembro a que modista, mas lembro-me bem que desembarquei em Lisboa, vestida de Inverno rigoroso, num Outubro ainda muito quente e luminoso.
(Saloia que sou, tenho que procurar no meu CV alguns factos. Este é um deles!)
Mas nesse mesmo Outono, com o conselho e a companhia de ultramarinas veteranas, passei a abastecer-me de Moda nos Porfírios de boa memória!
Fiquei fã! Era a Moda na sua versão vestível destinada a gente quase normal!
Hoje a idade obriga-me a alguma contenção, mas ainda trago para casa roupa de vinte ou trinta anos.
(Continua, talvez!)
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2 comentários:
Madalena
Por que razão o teu texto me fez lembrar uma Miss Portugal moçambicana, cujo nome não consigo recordar - seria Ana Paula? - que apresentou um vestido, que eu achei lindo, feito com capulanas. Não descansei enquanto não tive também um, ainda feito pela modista, D. Fátima?
Adorei o teu texto.
Beijinhos
bom dia,
é com muita pena minha que me deparei com este infeliz texto :/ e queria realmente reforçar esta citaçao «...não-entendida-no-assunto...», sim porque realmente qualquer pessoa minimamente entendida em moda e criadores de moda nacionais, nunca, mas mesmo nunca comentaria que a criadora Ana Salazar é "uma classica"! é lamentavel esta afirmaçao, visto que vem de alguem que nao conhece, nao percebe e nao se interessa minimamente por moda e criadores nacionais. E mais, um outro erro ainda mais lamentavel é realmente enunciares o nome e trabalho de Ana Salazar, como sendo uma qualquer estilista como a Fatima Lopes, que em nada têm que ver uma com a outra a nao ser o facto de serem ambas criadores de moda portuguesas. Com isto, queria pedir-te, que apenas te limitasses a comentar assuntos dos quais tenhas realmente conhecimento, ou pelo menos que te informes minimamente acerca do que pensas falar no teu blog antes de cometeres erros lamentaveis!
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