quarta-feira, 8 de março de 2006

São rosas...

8demarço
Recordo, assim em jeito de homenagem, três mulheres das nossas letras.
Natália Correia, a mais desassombrada na palavra poética, ou noutra qualquer. “Dão-nos um nome e um jornal/ um avião e um violino/ mas não nos dão o animal/ que espeta os cornos no destino.”
Natália já morreu.
Mas ninguém esqueceu a sua voz, naquele dia, no Parlamento. Em verso ousado, defendeu o acto de amor pelo amor, contra as moralidades pequeninas, de quem parecia não experimentar o amor, senão para cumprir o destino de não interromper a espécie.
Sophia de Mello Breyner, a poetisa.
Uma mulher de alma inteira e de sentidos completos! “Vemos, ouvimos e lemos/ Não podemos ignorar.”
Esta alma inteira esteve presente em todos os seus actos, mesmo quando contava histórias aos filhos, onde lhes ensinava um mundo mais justo, mais perfeito, mais feito do espírito e do mar. Sophia e o mar são uma relação universal.
E Florbela Espanca, a "mais triste de todas as mulheres", que se consumiu no amor.
“Eu não sou boa nem quero sê-lo, contento-me em desprezar quase todos, odiar alguns, estimar raros e amar um.»
“Eu quero amar, amar perdidamente! Amar só por amar” explicou também.
Rosas na memória destas mulheres!

3 comentários:

Pitucha disse...

O post mais bonito do dia da mulher.
Obrigada Madalena

Anónimo disse...

Deixo duas rosas, à memória da Natália e da Sofia, beijo para ti, IO.

Anónimo disse...

Faço minhas as palavras da IO,mas deixo mais uma,para a Amália,que adorava flores.