quarta-feira, 10 de maio de 2006

Operação Caixa Dourada

Foi uma mega-operação levada a cabo por mim, preparada ao longo de vários meses, já que os objectos da rusga policiada por afectos se encontravam a salvo, dentro de uma caixa dourada, daquelas que constituem ainda um belo recurso para um belo presente de Natal.
Outrora albergou bolachas doces, mais ou menos farinhentas, cobertas ou não de chocolate, com feitios saídos de imaginações inocentes e cheias de uma fantasia muito pura e, também ela, doce.
Hoje está a abarrotar de vida e de tempo, tudo confeccionado em quadrados ou rectângulos ainda brilhantes, apesar do tempo. A preto e branco, como os imperativos da arte ainda ditam, apesar do fascínio das cores e da modernidade.
Já não fecha, não por ter sido acometida de qualquer reumatismo vulgar, mas por carregar um volume que ultrapassa a sua real capacidade.
De onde terá sido levada, antes de ter chegado a essa África distante de onde depois também veio, dentro de contentores, demorando a chegar quase o mesmo tempo que levou Vasco da Gama?
Para levar a bom termo esta operação, foram precisos anos de persuasão persistente e a garantia de um regresso em tempo breve.
Até lá, vou fazer os possíveis por construir um arquivo copiado e vou deixando por aqui alguns exemplares dessa mercadoria que atravessou um século quase inteiro.
Um tesouro pois!
papávolkswagen
Dávamos "grandes passeios aos domingos", a bordo deste volkswagen preto, de matrícula MOP-01-44. É o primeiro carro de que me lembro, com memória mesmo minha, sem a cábula das fotos ou das histórias contadas!

4 comentários:

Alexandre disse...

Que texto magnífico Madalena... E já agora, parabéns por ter reavido tal preciosidade!

Fotos como esta são verdadeiros tesouros...

Um beijinho!

Anónimo disse...

Grande carro!, fiz nele Nampula-LM, ainda sem ponte sobre o Zambeze - beijo pelo 'post', IO.

Anónimo disse...

Madalena
Que maravilha! Quero ver mais.
Beijinhos beirenses

Anónimo disse...

Esses carochas eram o máximo,tenho um amigo que tinha um já muito velhinho e punha-o a trabalhar(puxava-lhe o ar)e íamos todos a pé ao lado dele,só com alguns toques de volante pela janela aberta lá ia ele a passo de caracol...era como se fosse um cãozinho que levávamos a passear.
Que boas recordações me trouxeste.
Beijinhos.