quinta-feira, 1 de junho de 2006

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O que a Senhora Ministra acabou de explicar à Sic Notícias é que quer acabar com os números negros da ignorância e da iliteracia.
Quem não se rende a este propósito tão nobre?
Eu rendo-me, claro!
Mas recuso-me a acreditar que a maneira de o fazer seja à custa da vida dos professores. A troco de quê? De aulas de substituição que não servem para nada e desgastam inutilmente os professores? A troco da ameaça velada e a partir de agora continuada de uma avaliação injusta por parte de qualquer encarregado de educação muito, pouco ou nada instruído, pois não é isso que está em causa?
Eu sou velha nisto e sempre ouvi os professores dizerem que eram permanentemente avaliados por todos: pais, alunos, colegas, funcionários... Só faltava mesmo a formalização dessa avaliação e a validação por parte do Ministério.
E a indisciplina Senhora Ministra? E os programas? E a carga horária das disciplinas? E as áreas projecto e os estudos acompanhados? Sabem os senhores em geral que, no quinto ano, as disciplinas de Inglês, História e Ciências têm a mesma carga horária do Estudo Acompanhado? E os noventa minutos, em que sobeja tempo útil de aula, ao contrário dos quarenta e cinco, em que falta? E as carências dos meninos mais pobres? E as pobrezas morais que por aí há que "animam" muito os telejornais? Na escola nós temos de lidar com elas antes da "Alice no País das Maravilhas" Senhora Ministra!!!!
Já percebi, Senhora Ministra, são só os professores que estão mal, para si. Ou melhor, são só os sindicatos. Pensando melhor, é só a Fenprof, que a "chateia" todos os dias.
Estou cansada e estou vencida! Não voltarei a falar destes problemas, aqui.