quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Velha do Restelo

A esperança hoje entrou-me pelos ouvidos logo de manhã.
Ainda meio ensonada, ouvi a notícia que a TSF não se cansou de repetir ao longo do dia e que eu não me cansei de ouvir, ao longo do dia. Resolvi acordar a sério: mais do que o alívio das dores, a descoberta científica promete a cura de certas doenças. Quem pode ficar indiferente a esta esperança? Não sendo para amanhã, as tais células estaminais podem vir a tempo de salvar os nossos netos de uma qualquer maleita engendrada nos genes dos antepassados, que também assim podem sentir-se mais livres para procriar.
Tenho sempre alguns receios quando os limites parecem ser ultrapassados. São receios do tipo "Velha do Restelo".Eu, daqui, mando o meu "alô" para o original, o tal que ficava "nas praias, entre a gente", perdido nos versos do Canto Quarto, do nosso mais belo poema. Como eu te compreendo! É que eu também estou a ficar velha e apenas lanço o aviso: que não venha a ditadura de ser saudável, como agora existe a ditadura de se ser magro, ou magra -O Guterres não me perdoaria a ausência de um género!- belo ou bela, cheio ou cheia de bom aspecto.(A propósito: volta Guterres, estás perdoado!)

1 comentário:

Anónimo disse...

Oh, Mad', deixa-te de beatices, porr...! - deixa lá o gajo estar longe que... ai que çoidades do tempo em que eles eram laicos, republicanos e não sabiam nada do 'simplex'... beijo, uma que deixou de votar PS em 95.