A vida não me contemplou com irmãos de sangue, o que poderia provocar a sensação de solidão absoluta. Mas isso não acontece, pois a mesma vida tratou de me brindar com o dom da amizade que eu suponho ser tão forte como o sentimento fraterno. É doce e todos os momentos especiais são prova de que funciona como o laço de sangue.
Assim, não ter podido estar presente nesta homenagem que a Ana prestou às mulheres da sua vida podia estragar-me a alma, com aquela sensação de ingratidão culposa que bem conheço infelizmente! Porém, a própria Ana se encarrega de me desculpar com aquela generosidade imensa que é a dela.
Cert é que não tendo estado de corpo, eu estive de alma e coração e senti os retratos, à medida que elas os desenhava a emoção pura.
Esta é a mãe, que me acolheu um dia, em Almeida, como se eu fizesse parte da família e, a partir daí, ficámos irmãs, eu e a Ana.
Obrigada por existirem! De algum modo, penalizo-me por não ter sabido dizer ao longo dos anos, a quem devia ter dito, o quanto foi importante esse envolvimento que se prolongou pelos tempos e me aliviou a saudade.
(Acharam muita graça ao tá-tá e aos sinais africanistas que ainda estavam muito à flor de tudo, em mim!)
2 comentários:
E depois não queres que eu me comova com os teus posts ... Um dia destes com mais vagar conto aqui as minhas impressões ao conhecer uma menina vinda de Moçambique e chamada Madalena com quem se podia estar e conversar sem complexos e com o espírito aberto ! E isto em Almeida! para mim foi uma revelação conhecer uma "miuda" assim, liberta de medos das meninas da "metrópole". Boa Madalena ! Nem sabes como foi bom conhecer-te naquela altura ! E continuar a ter-te como amiga agora, embora nos vejamos raramente!
Beijinhos do jorge Nuno
Eu própria sem conhecer a Madalena me comovo...
Se calhar influenciada pelo Jorge Nuno!!!
Acho que a Madalena escreve a cores...
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