Quando os meus filhos eram pequenos, a vida, o mundo, tudo era muito colorido. Tudo parecia simples e contentá-los era muito fácil. Bastava brincar com eles, dar-lhes uns lápis de cor e um papel, contar-lhes uma história ou cantar-lhes uma cantiga.
Os meus filhos cresceram e as cores desta ilusória capacidade de lhes resolver os problemas diluiu-se numa mancha de dificuldades que não sou capaz de ignorar, nem sou capaz de dissolver.
As cantigas que eu preferia (Não sei se eram as que eles preferiam...) eram as do Zé Barata Moura.
Era a Joana Come a Papa, para a refeição. Era o João Pestana, para os adormecer.
Eram as notas, para cantar por cantar: Com sete notas só, inventamos as cantigas, para a mãe e para a avó, para os amigos e amigas... Era a Prenda do Padrinho, para cantar as cores: Com a prenda do padrinho, seis lápis agora, eu tenho, verde, amarelo, azul-marinho, encarnado, preto e castanho...Crescer não é fácil: nem para os que crescem, nem para os que são responsáveis pela sua existência que foi planeada para ser muito feliz. Muito feliz, mesmo!
A infância dos nossos filhos é a segunda oportunidade de sermos felizes.
Como a cantiga do Manel que tinha uma bola mas fugiu e nunca mais ninguém a viu.
A bola aparece de vinte em vinte anos, mais década menos dia.
É como os cometas!
3 comentários:
Que post tão lindo! Agora, aqui, repito-me sempre. Mas este veio directo ao coração... Beijinhos
Obrigada pelo teu carinho,estou bem,em breve mando-te um mail.
Beijinhos.
Pronto, Mad', ela aí está, a gata Maltez!! - beijo às duas, uma que tb tocou na viola o 'Come a papa' às sobrinhas, que agora comem 'pasta' lol!
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