"Toquem-me no ombro, há alturas em que sinto necessidade que me toquem no ombro. Depois, logo a seguir, podem ir-se embora." António Lobo Antunes- Visão, 28 de Dezembro.
Pois é! Eu entendo. Eu percebo. Eu acredito.
Todos precisamos de sentir a presença dos outros. Sentir essa presença de forma física, apesar do toque no ombro poder ser mais imenso ou mais intenso. Ou menos!
Como eu gosto de ler estas crónicas tão vindas de dentro de uma pessoa!
Que o L.A. também é pessoa.
Uma vez estive muito perto dele, mas nem ousei olhá-lo de frente, muito menos dirigir-lhe palavra. Acho que os escritores nunca existem para os seus leitores enquanto pessoas de carne e osso. Conhecemo-los pelas palavras. Não pelas mãos! Não pelos olhos! Não pelo ombro!
Coisa estranha para o próprio: "Meu Deus serei apenas livros um dia, lombadas numa estante? E estas mãos? Estes olhos? Este corpo?"
2 comentários:
o que acho mais espantoso ainda eh o facto de geralmente nem conseguir associar as maos, olhos, cara, a figura, as palavras que li, sorvi e assimilei.
"As janelas" de Kant transformam tambem tudo o que leio. As palavras quando entram em mim alteram o seu ADN... e o autor ja tem bem menos a ver com elas.
Mil beijinhos e um 2007 sempre melhor!
Madalena, vim só dizer... até pró ano ;) E desejar que esse ano que está quase a começar seja feliz para ti, e também um ano de mais esperança na Educação e em tudo o que nos rodeia, perto e longe. Um beijinho grande.
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