Não sendo eu muito dada ao romantismo que não seja o do dia a dia, Almeida Garret não me despertou um interesse maior, nem enquanto aluna, nem depois como professora de Português, uma das experiências mais "românticas" que tive na vida.
Apaixonei-me pela Língua Portuguesa, pelos Clássicos, pelos antigos e pelos modernos, mas Garrett não conseguiu criar em mim o gosto pela obra, talvez pela morbidez com que os Românticos, no sentido literário do termo traziam aos versos ou às prosas.
Devo, no entanto, com toda a sinceridade afirmar que gostei das peças de Teatro, uma delas "Falar Verdade a Mentir" faz (penso que faz) ainda parte do programa do 3º Ciclo.
Mas Garrett, quer eu goste muito, pouco ou nada, é uma figura incontornável da cultura portuguesa. A ele se deve a edificação do Teatro Nacional D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática.
Da sua actividade política pouco sei, mas não foi fácil viver em tempos de lutas entre liberais e absolutistas e as suas opções valeram-lhe exílios e outros dissabores.
João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu no Porto, a 4 de Fevereiro de 1799.
Das Folhas Caídas...
Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
1 comentário:
SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente ...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Mario Quintana ( In: Esconderijo do tempo)
Era mesmo iso que eu fazia!
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