...efeito LA, isto é, Lobo Antunes.
Aliás, os efeitos desta leitura são múltiplos, pois a última crónica da Visão fala de tudo o que há de mais importante na vida, sobretudo esta sensação estranhíssima a que chamamos, ou podemos chamar pelo título de Kundera: a "insustentável leveza do ser". De leve não tem muito, mas há falta de palavras nos dicionários para chamar nomes às coisas e muito menos aos estados de alma.
O primeiro efeito tem a ver com o pai que morreu há 3 anos. (O dele. O meu morreu há dois e o outro que ficou a fazer as vezes morreu há um mês.) O efeito é de apaziguamento com os defeitos dos que morreram, devido, talvez, à eliminação física e material desses defeitos. Ao contrário do pai dele, o meu era doce e simpático e até bonito. Também sonhei com ele uma vez e o sonho era igual: ele estava bem, radiante e feliz.
A crónica também não é infeliz, nem antipática. Também não é radiante. Mas o pensamento irrompe realidade adentro com memórias que sustentam a amargura dos dias: as pêras de Nelas, a infância a atenuar a dor das feridas...
Todos somos assim, provavelmente.
(As minhas sensações tomam mais o rasto das goiabas e da goiabeira que havia no centro do jardim da casa da minha avó!)
1 comentário:
Passei por cá! Li os novos posts na diagonal mas o principal é deixar um beijinho e dizer que estou a tentar regressar...
Tenho saudades da escrita, saudades da "blogoconvivência"!
Beijo grande Madalena!
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