terça-feira, 29 de maio de 2007
Viva a República!
Olhando para este retrato que, presumo, deve figurar nas paredes do Palácio de Belém consegue perscrutar-se uma infância triste marcada pela falta da mãe, aos três anos. Tão tenra idade!
Se é verdade que a ocasião faz o ladrão, a dor deve fazer o poeta.
Aos quinze anos, conforme pode ler-se aqui,entra para uma oficina de tipógrafo para poder imprimir o seu primeiro livro de versas(...)
Era a tipografia do jornal "A Ilha" de Ponta Delgada e o livro de poemas intitulava-se "Folhas Verdes".
É, sobretudo, dizem, um homem de letras e de pensamento. No entanto foi, durante dois meses e alguns dias, Presidente de uma República muito jovem, com cinco anos apenas, a Portuguesa.
Foi eleito a 29 de maio de 1915.
Não lhe ia bem o cargo, pelo menos à luz do "glamour" e das mordomias com que muitos dos nossos políticos actuais encharcam a missão de servir.
Diz a mesma fonte:
Mesmo enquanto Presidente, qualquer lisboeta o podia ver proletariamente a andar de eléctrico, com o guarda-chuva no braço ou de bengala já sem ponteira.
Viva a República!, apetece gritar, perante o despojo.
Imagem-Retrato de Teófilo Braga, daqui.
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3 comentários:
À REPÚBLICA!!, hip hip hurra!! - bela homenagem, Mad'. Beijo, IO.
Tãaaaaao parecido com os dias que correm... fiquei com vontade de lhe dar miminhos, tem um ar tão cansado e deprimido! Beijinhos
Não comungo do viva, até porque mais vergonhoso para Portugal que o 5 de Outubro de 1910 foi o 1 de Fevereiro de 1908.
Sabia a supertia que precisamente Teófilo Braga foi grande apreciador das qualidades humanas e culturais de D. Amélia? E que arrependimento deve ter sentido Aquilino Ribeiro para escrever o que escreveu em "Um Escritor Confessa-se". Mágoas da velhice pela cegueira da juventude!
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