(Será Junho o mês escolhido pelos poetas para partir?)
Hoje, procurando nos locais habituais, encontro mais um gigante: David Mourão Ferreira.
É do nosso tempo. É do meu tempo. Dele, guardo a memória linda do homem que fez barreira contra a polícia de choque, a proteger os estudantes da Faculdade de Letras. Era uma estudantada. Era um molho de gente jovem que, provavelmente, na sua maioria não sabia muito de política, nem estava à espera daquela "visita" e, muito menos, da sua entrada pela "janela dos fundos".
Hoje sorrio ao medo de então e pergunto-me onde andará a minha colega grávida, com quem fugi para uma das casas de banho? Terá sido menino? Terá já nascido depois de Abril? É que Abril já andava muito próximo e era por isso que os gorilas tinham passado a presenças permanentes na Faculdade.
E o gigante David Mourão Ferreira ali estava, empunhando as suas armas: as suas ideias e o seu cachimbo, inseparável desta imagem que ficará para sempre gravada a doce na minha recordação de quase menina, cheia de medo de perder ali os sonhos.
Nós temos cinco sentidos:
são dois pares e meio de asas.
- Como quereis o equilíbrio?
Ali, no meio do medo, o poeta era o Gigante, o homem que crescia cada vez mais, perante o perigo e a ameaça.
imagem daqui
3 comentários:
O Homem que escreveu no seu "Testamento":
"Que fique só da minha vida
um monumento de palavras..."
... e ficou.
Beijinhos agradecidos
Obrigada, Laura, pelo contributo do teu conhecimento. Eu não sabia! Mil beijinhos.
Apareci por aqui atras de uma imagem (que publiquei no meu blog - deixei o link, espero que não se importe)...
...e encontrei muito mais!
Também não sabia...
Mas guardo as palavras!
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